Olhos de mel

Eles ornam com um rosto encantador.
Lábios carnudos que parecem entalhados em finos detalhes.
Um rosto único, singular,
uma obra que seduz, principalmente à meia luz.

Eles chamam a atenção sem rodeios,
querem a exclusividade da minúcia,
me captam com íntima astúcia
que nem deixam fazer denúncia.

Olhos lindos, cor de mel,
capazes de levar-me ao céu,
inspirar-me um cordel,
ou meramente largar-me ao léu.

Olhos famintos, falam, pedem,
ordenam, guiam...
Por se fazerem misteriosos, apenas espiam.
Quero saber o que guardam.

Sem receio, conduzem ao desejo
de um corpo ainda reticente.
Ao mesmo tempo perguntam:
“será que você também sente?”

Ah, lindos olhos!
Queria ter o poder de desvendar
cada frame que você gravar
e ir contigo teus passos galgar.

Leva-me nas tuas retinas
de olhos de menina
e encerra essa tua sina
de sofrer sem cessar.

Me ensina a enxergar através da neblina,
a realçar as cores e os sabores da vida
e a alcançar o que de mais sublime há na trilha
do teu rumo seguindo fielmente este prumo.

Permita-me ser conduzida,
comandada sem medida,
para em nossas mentes sempre serem reproduzidos
os momentos de luxúria sem fim.

Levem apenas as melhores imagens
que nos retratam na mais alta definição.
Alinhem-se com o coração e reflitam
para o mundo a mais pura emoção.

Oh, lindos olhos cor de mel!
Te suplico: não deixem comigo a saudade
aliada da intensa vontade
de tê-los novamente a fitar-me na intimidade.







Comentários

Postar um comentário