Por telefone

Era uma noite de domingo. O verão estava começando e os dias já estavam muito quentes. Naquela noite a temperatura variava na casa dos 25 ºC e não ventava. As portas da varanda do apartamento estavam escancaradas. Eu assistia à televisão meio absorta em meus pensamentos e sem prestar muita atenção ao que passava na tela.
Voltei ao mundo real quando o celular tocou. Um número desconhecido, o qual ainda pensei em rejeitar, mas para quem a curiosidade falou mais alto. “Alô”, falei ao escorregar o dedo pela tela. “Como vai, princesa?”, veio do outro lado da linha. “Quem é?”, disse um tanto atordoada com tamanha intimidade, porém já sentia que a voz era familiar. “Se adivinhar com quem está falando, vai ganhar um grande prêmio”, prometeu a voz misteriosa.
Respirei fundo por alguns segundos, mas já achando graça da brincadeira. Até que reconheci a voz, o sotaque já bem misturado. “Olá, mocinha. A que devo a honra da ligação a essa hora da noite?”, me desarmei. Era uma amiga de longa data que havia se mudado para outro estado há alguns meses e havíamos perdido o contato. Fiquei surpresa com a novidade e muito feliz pela lembrança. Conversamos durante um bom tempo, um papo bastante agradável, até vir a surpresa.
Notei que a respiração dela estava diferente. “Você está chorando?”, perguntei dotada de completa inocência. “Não. Estou muitíssimo bem”, garantiu ela do outro lado. “E que respiração é essa?”, minha ficha demorava a cair. “Estou pagando a promessa que te fiz mais cedo. Lembra?”, ela sorriu.
Nossa. Aquilo realmente me deixou completamente sem saber o que pensar, o que dizer e como agir. Apenas me apercebi com a boca seca, um frio percorrendo a barriga e absolutamente molhada. Meu único impulso foi entrar na dança e tentar acompanha-la naquele baile. Era a primeira vez que eu fazia amor por telefone com alguém e não sabia muito bem como proceder.
“Eu queria mesmo era estar aí com você. Confesso que faz tempo que desejo fazer isso contigo, mas nunca tive coragem”, revelou. “Eu nunca suspeitei de você”, admiti. “Hummm. Uma pena. Porque eu já imaginei várias vezes a gente junto”, ela falava entre gemidos. E continuou.
“Fecha teus olhos e só me escuta. Imagina que eu to bem aí, beijando sua boca. Mordo e puxo teu lábio inferior bem gostoso até você gemer. Minha língua dançando dentro da sua boca, enroscada na tua...hummm. Aí vou contornando e mordendo teu queixo, desço lambendo teu pescoço bem devagar até te ver arrepiar”, orientava. Eu apenas respondia com “hummm”, controlando a respiração e sentindo o coração acelerando.
“Fala pra mim: o que você está vestindo?”, pediu com a voz bem sensual. “Estou apenas de camisolinha fresca. Está muito calor aqui”, gaguejei. “Hummm. É transparente? Qual a cor?”, perguntou. “Estampadinha de flores vermelhas, tecido frio, gostoso de tocar”, provoquei. “Uau. Se me lembro bem do teu corpo, deve estar mesmo uma delícia”, sugeriu.
Quando dei por mim, eu já estava começando a me tocar e achando uma delícia me sentir molhada daquele jeito, apenas com insinuações. “Fala pra mim o que você está fazendo? Onde está a sua mão?”, ordenou. “Ai...hummm...a minha mão está lá”, revelei. “Está molhadinha?”, ficou curiosa. “Sim. Muito”, contei. “Adoro uma mulher molhada. Eu também estou e ficando mais ainda. E o seu grelinho...como ele está agora?”, perguntava me deixando ainda mais excitada.
E assim, nesse jogo de perguntas e respostas, de ordens e obediências, ela conseguiu me fazer chegar ao ápice, como poucas pessoas um dia tentaram, imagina conseguir. Descobri que tenho uma perversão das mais gostosas, pois ela nos instiga a liberar a imaginação e deixar fluir o que vier.

Durante um bom tempo ficamos nos falando diariamente e cada experiência era única. Marcamos de nos encontrar nas próximas férias dela para poder colocar em prática tudo o que fantasiamos em cada ligação.

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